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Mais do que um tratamento, o cuidado com o corpo e a mente é parte da cura: oncologista defende o estilo de vida saudável como aliado no combate ao câncer de mama.

Na ultima semana, a oncologista clínica Dra. Verônica Patrícia da Costa Oliveira apresentou dados e reflexões que reforçam a importância do estilo de vida no tratamento e na prevenção do câncer de mama. 

Durante sua palestra de abertura da Campanha Outubro Rosa, realizada no Hospital de Câncer de Mato Grosso, a médica destacou um estudo que acompanhou mais de 53 mil mulheres no Brasil, no qual foi observado que pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 têm até 38% mais risco de recidiva da doença.

“O controle da obesidade é um dos pilares do tratamento não farmacológico. Ele impacta diretamente na resposta ao tratamento e na sobrevida das pacientes”, explicou.

Segundo a especialista, sociedades médicas nacionais e internacionais, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a American Society of Clinical Oncology (ASCO), a Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) e o Instituto Nacional do Câncer (INCA), já recomendam o estilo de vida saudável como parte integrante do tratamento oncológico.

As recomendações incluem alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do peso corporal, redução do consumo de álcool e apoio emocional.

“Esses fatores são tão importantes quanto o tratamento farmacológico. Eles reduzem efeitos colaterais, potencializam a ação das medicações e diminuem o risco de recidiva”, ressaltou.

Um dos exemplos práticos dessa abordagem é o projeto OncoFitness, uma iniciativa conjunta do Hospital de Câncer de Mato Grosso com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e o Sindicato dos Investigadores de Polícia de Mato Grosso (Sinpol/MT).

O programa, desenvolvido no âmbito de um projeto de mestrado, tem como foco a prática de atividade física orientada e regular, conduzida por profissionais de Educação Física, durante o tratamento oncológico do câncer de mama.

“Encaminhamos pacientes para a prática física supervisionada, com o objetivo de validar e demonstrar, de forma científica, os benefícios já observados na rotina clínica e em estudos publicados nacional e internacionalmente”, contou a médica.

Embora os resultados científicos ainda estejam em fase de publicação, as observações iniciais já apontam melhora significativa na disposição, autoestima e engajamento das pacientes. Elas relataram benefícios como redução da fadiga, controle do peso, aumento da força muscular e melhor bem-estar emocional.

“A atividade física reduz efeitos colaterais, melhora a resposta ao bloqueio hormonal e aumenta a tolerância ao tratamento”, destacou a Dra. Verônica.

Para a oncologista, o sucesso no tratamento do câncer de mama depende de uma construção coletiva, que vai muito além dos medicamentos.

“A cura é uma construção ativa, baseada em evidências, feita por muitas mãos, médicas, nutricionais, psicológicas e familiares. O tratamento não termina na quimioterapia; ele continua com a manutenção dos cuidados e com a vida ativa da paciente”, afirmou.

Encerrando sua fala, Dra. Verônica reforçou que o tratamento oncológico é uma jornada de transformação, na qual o autocuidado e o apoio multidisciplinar são fundamentais. 

“Temos milhares de mulheres que se curam, que transformam a própria vida e seguem felizes. Participar dessa construção é um privilégio e um prazer enorme”, concluiu.

Fundada em novembro de 2010, a OncoLog iniciou suas atividades com o atendimento de pacientes onco-hematológicos no Hospital de Câncer de Mato Grosso. Em 2018, expandiu sua atuação com a abertura da unidade no Edifício Santa Rosa Tower, em Cuiabá, voltada ao atendimento privado.

Atualmente, a instituição mantém parcerias em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres e Primavera do Leste, ampliando o acesso a serviços especializados em oncologia.